21 junho 2007

Novo Sinatra?


Michael Steven Bublé é o artista do momento. Nascido a 9 de Setembro de 1975 em Vancouver (Canadá), ele é um dos crooners de maior sucesso no mundo. Ao longo da sua carreira, já conquistou vários prémios e foi nomeado para vários Grammys.

Bublé despertou para a música graças ao seu avô, que lhe apresentou os sons de Mills Brothers, Ella Fitzgerald ou Frank Sinatra. Ainda adolescente, venceu um importante concurso de talentos canadiano, lançou vários álbuns independentes e participou num musical intitulado "Swing", com o qual percorreu os Estados Unidos em digressão.

Não tardou muito para que Michael Bublé conhecesse o produtor David Foster, que o lançou para o estrelato e lhe concedeu o seu primeiro contrato discográfico com a Reprise Records. O encontro ocorreu da forma mais caricata: Michael estava a cantar no casamento da filha do autor dos discursos de Brian Mulroney, antigo primeiro ministro do Canadá.

Bublé e Foster iniciaram a sua colaboração com o álbum de estreia "Michael Bublé", lançado em 2003, que reunia clássicos jazz como "Fever" ou "The Way You Look Tonight", bem como temas mais recentes como "Moondance" de Van Morrison, ou "How Can You Mend a Broken Heart" dos Bee Gees.

Depois de lançar o CD/DVD ao vivo "Come Fly With Me", Bublé editou o seu segundo álbum de estúdio, "It's Time", em 2005. Seguiu-se um novo álbum ao vivo, "Caught in the Act", no final do mesmo ano, e vários álbuns natalícios pelo meio.

Já este ano, Bublé lançou o seu terceiro disco de estúdio, "Call Me Irresponsible", que tem como single de apresentação o tema original "Everything". Todos os registos já lhe valeram mais de 12 milhões de discos vendidos em todo o mundo.

Actualmente, Michael Bublé vive em Vancouver, no Canadá, com a sua mulher, a actriz Emily Blunt ("O Diabo Veste Prada").

Pessoalmente, acho que estamos na presença de um cantor extraordinário que poderá superar Sinatra. Por enquanto, o rádio do meu carro ainda não se queixou de o ouvir e eu também não. Por isso, recomendo, vivamente, este último álbum, que já ouvi de trás para a frente e de frente para trás. Fantástico!




PS: mais uma sugestão, o álbum "Michael Bublé & Frank Sinatra - The Kings of Swing".

20 junho 2007

Parado no tempo! (Parte II)



Na continuação do post anterior, vou, nestas breves linhas, fazer mais um pequeno apanhado dos grandes problemas do Concelho de São Pedro do Sul (SPS) e daquilo a que a Vila com o mesmo nome tem assistido nas últimas semanas.

Ao longo dos últimos meses foi, nacionalmente noticiada, a questão da possível venda dos dois balneários das Termas de São Pedro do Sul e de parte do capital social da empresa que as gere (Termalistur), por parte da Câmara Municipal (CM) a privados. Entre o vende, não vende e as várias trapalhadas do Executivo camarário, em relação a este tema, decidiram não vender… para já! Outra questão relativa às termas e também noticiada nos vários jornais de referência do nosso país foi a “tardia” (acrescento eu!) remodelação do balneário D. Afonso Henriques e o forte investimento a que isso leva.

Essa remodelação vai custar ao erário público dez milhões de euros, dinheiro que a CM não tem. De todo! Nem para remodelações, nem para nada. Vejamos. A 31 de Dezembro de 2006, a Câmara Municipal apresentava um passivo de €21.688.237,18. Ora, acrescentando os dez milhões da remodelação do balneário, SPS vai subir uns quantos lugares na tabela dos munícipes mais endividados do País (já é o oitavo). Agora, a questão que deixo aqui é a seguinte, como é possível deixar chegar as finanças da autarquia a este ponto, quando não existem obras de relevo, importantes para o desenvolvimento do concelho? Muitas das freguesias não têm saneamento básico, não existem as, tão prometidas, variantes à Vila, não existem acessos de qualidade à A24 e à A25, não existe uma biblioteca digna dessa nome, não existe uma central de camionagem, continuamos com dois quartéis de bombeiros, sem necessidade (porque os bombeiros não se querem juntar numa só corporação). Para além disso, gasta-se dinheiro desnecessariamente. Como referi no post anterior, a construção do novo Estádio da Pedreira era desnecessário, pelo menos nestes moldes. Será que era mesmo importante, para já, gastar dois milhões de euros para uma equipa de meio da tabela das distritais. Não estou contra, claro. Mas não é, de todo, importante para o desenvolvimento imediato do Concelho. Não será mais importante aliviar os gastos com o pessoal ligado à CM que, só em 2006, pesou 38% do total das despesas, ou seja, quase 100 mil contos/mês!!!

Voltemos à remodelação do balneário D. Afonso Henriques. Onde vai a CM arranjar o dinheiro para pagar à empresa que fez a obra (Somague)? A dita empresa não é um pequeno empreiteiro ali do lado, não vai ficar sem o dinheiro. Agora que o balneário está para abrir, estou muito curioso por aquilo que aí vem. E para ajudar à festa, a CM, depois de dois anos sem o fazer, resolveu voltar a publicar o seu Boletim Municipal, pago, como era de esperar, por todos nós. Como também era de esperar, este boletim de “propaganda” dá grande ênfase a reabertura do balneário, para além de dar uma ideia cor-de-rosa do Concelho, como se não houvesse problemas suficientes para serem resolvidos. Para além disso, a CM está a fazer desta obra, a menina dos seus olhos e utiliza-a para que os sampedrenses se mantenham a escuridão, com grandes cartazes em toda a Vila. Mais uns milhares de euros a saírem dos nossos bolsos. Para além disso, o dito boletim dá ênfase ao facto da CM financiar a obra em 90%. Para mim, não é motivo de orgulho, bem pelo contrário. Seria motivo de orgulho, se se dissesse que teria de financiar só 10%. Era sinónimo de que teria conseguido uns quantos milhões do Estado central ou da União Europeia. Mas o mais curioso, é que os restantes 10% foram conseguidos à mais de seis anos, ainda estava se encontrava à frente da CM, um partido de cor diferente. Ora, passados tantos anos, o dinheiro já voou. Portanto, a CM não financia 90%, mas sim 100%. E o passivo sempre a subir. Mas é motivo de orgulho!

A acrescentar a isto, o Sr. Presidente anda a vangloriar-se, que a obra vai estar pronta dois meses antes do previsto. Que saiba ainda não tenho problemas de memória, mas, a obra não devia estar pronta em Abril passado? Não foi isso que o Sr. Presidente anunciou o início da obra, com cartazes e tudo? Que eu saiba já vamos com dois meses de atraso e não me parece que as obras estejam prontas para a reabertura, já que só o primeiro andar está “quase” pronto, o resto ainda está longe. E, será que a obra vai mesmo ficar nos propagandeados dez milhões de euros? Algo me diz…

O S. Pedro está a chegar e SPS vai festejar, com as festas da Vila. Ora, aqui também tenho algo a dizer. Em primeiro lugar, a contratação de um artista de renome nacional (que até gosto), mas que vai custar à CM perto de cinco mil contos, quando várias associações culturais da terra andam financeiramente estranguladas porque a CM não cumpre os pagamentos dos vários espectáculos que estas realizaram. Ou muito me engano, ou não me parece que o dito artista fique sem o seu dinheiro.


Assim vai a vida em São Pedro do Sul, demasiado má para ser verdade...

10 junho 2007

Parado no tempo! (Parte I)

Tal como prometido no primeiro e no último post, desta vez venho deixar aqui a minha preocupação em relação a este belo Concelho. O título deste comentário não vem por acaso. Parado no tempo é como se encontra o Concelho e mais especificamente a vila de São Pedro do Sul, sede do respectivo Concelho.

Passei oito anos fora de São Pedro do Sul e do país. No entanto, passados esses anos a vila continua com os seus ridículos e mesmos acessos, fechada para o resto do mundo. Hoje, tem às suas portas duas acessibilidades que lhe poderão dar grande desenvolvimento. Por um lado, a A24 (que liga Coimbra (IP3) a Vila-Real) a cerca de 15 quilómetros, por outro, a A25 (liga Vilar Formoso (fronteira com Espanha) a Aveiro, e uma das principais vias do país) a cerca de 8 quilómetros. Com estas duas auto-estradas tão próximas, pode-se criar condições para que São Pedro do Sul se desenvolva, trazendo investidores privados para a região. Mas isso, só é possível caso os responsáveis camarários abram as portas do Concelho, que neste momento são demasiado pequenas e que permitem, com algumas dificuldades, o cruzamento de duas viaturas ligeiras. A vila de São Pedro do Sul sofre da sua má posição geográfica, já que se encontra inserida no meio de várias zonas montanhosas, o que torna as coisas mais difíceis. (Como me dizia um professor meu da faculdade, arqueólogo, a vila de São Pedro do Sul é como um “penico”).

Desde a criação e implementação de empresas (e respectiva criação de empregos) à facilidade dos turistas virem até cá, as boas acessibilidades são um factor importantíssimo para o desenvolvimento de qualquer região. No entanto, pouco ou nada se fez nos últimos quinze ou vinte anos.

O actual Presidente da Câmara já demonstrou a sua aposta no turismo. Concordo plenamente, já que São Pedro do Sul tem as termas mais frequentadas da Península Ibérica, com cerca de vinte mil utentes/ano, passando para uma capacidade (segundo informações da Termalistur (empresa municipal que gere as respectivas termas)) de quarenta a quarenta e cinco mil utentes/ano, com as obras de ampliação de um dos balneários (inaugurado até ao fim deste mês). Até aqui tudo bem. Mas, não seria importante apostar também em desenvolver os dois parques industriais existentes no Concelho, que estes, sim, se encontram “desertos”? Não seria importante captar empresas a instalarem-se em São Pedro do Sul, de forma a criar mais empregos, para que os jovens não saíam e sejam obrigados a ir para os grandes centros ou mesmo para fora do país? A criação de novos empregos não desanuviaria a própria Câmara que tem excesso de pessoal (tem um peso de 39% (!) face à despesa total, segundo o relatório e contas de 2006)? O peso com esse pessoal (entre pessoal da própria Câmara e da Termalistur) não será um dos problemas para o grande endividamento da Câmara Municipal (estamos a falar do oitavo (!?) concelho mais endividado do país)? Será que a Câmara e o Sr. Presidente não vêm os erros dos “ditos” arquitectos ou engenheiros que trabalham na própria Câmara e que fazem um cemitério numa pedreira?! Será que quando for necessário enterrar alguém, vamos ter que abrir o buraco com uma retroescavadora ou um martelo pneumático? Será que os “ditos” engenheiros não pararam para pensar e não viram que o nome do Estádio de futebol que se encontra na mesma zona, não é por acaso (Estádio da Pedreira!)? Ou será que não quiseram ver…? Será que era necessário gastar alguns milhares de euros com a construção do respectivo estádio, com estas condições (capacidade para duas mil pessoas e relva sintética), quando estamos a falar de um clube do meio da tabela dos Distritais? (A política e… o futebol!) Isto, só para dar um dos mais recentes exemplos…

Para que não fiquem dúvidas e me acusem de ser da oposição, realço que este post é uma critica a todos os governantes que passaram pela autarquia, sejam eles de que partido forem. O que interessa aqui, não são as cores dos partidos no poder, mas o bem de São Pedro do Sul e dos seus habitantes.



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