25 dezembro 2007

Assim vai o Natal


O Natal é a festa do nascimento de Jesus Cristo, celebrada a 25 de Dezembro. Ignora-se a data exacta, sendo esta data aquela em que se celebrava o nascimento do Sol Invicto no Império Romano: a Igreja cristianizou-a, celebrando o nascimento de Cristo, verdadeiro “Sol de Justiça” simbolizado nas luzes características desta festa, à qual andam ligados o presépio, desde o século XIII, e o pinheiro de Natal, desde o século XVII, símbolo da Primavera espiritual iniciada com o nascimento de Cristo.

Com o tempo surgiram as tradições natalícias que foram suplantando o valor religioso do Natal e abriram a festa a manifestações mais profanas, ainda que outras tenham surgido como forma de homenagem e louvor ao menino Jesus.

Mais uma vez, chegamos a essa data e o mundo está em êxtase com a época natalícia. No entanto, os valores e significados desta época já não são o que eram. As pessoas já não dão a importância àquilo que verdadeiramente é o Natal. Nem sei se festejam, realmente, o Natal.

Hoje, o Natal é feito de idas constantes aos supermercados e aos centros comerciais, com regressos a casa com inúmeros sacos. Presentes e mais presentes. Para os amigos, para os vizinhos, para a/o esposa/esposo ou, mesmo, para os próprios. Os almoços de família antes do grande dia são passados a saber o que uns e outros querem receber. Presentes e mais presentes. Uns úteis outros nem por isso. (Parece que a moda, este ano, é o GPS, que toda a gente quer e ninguém sabe bem porquê e para quê. Pessoalmente, acho que é a nova decoração que os portugueses encontraram para colocar nos seus automóveis, tal como foi, anteriormente, o CD no retrovisor ou a almofada rendada no vidro de trás).

Dezembro tornou-se na época por excelência, onde todas as pessoas são solidárias (como se durante o resto do ano não houvesse pessoas a viver na rua ou a passar muitas dificuldades) (Já agora, aproveito para deixar a sugestão aos órgãos competentes que se proclame o mês da solidariedade (tal como existe o dia disto ou daquilo)). Todos são amigos uns dos outros, contrastando com a má disposição existente durante as outras épocas do ano. O Natal é uma festividade religiosa que todos (incluindo ateus, agnósticos e quaisquer outros palavrões como esses) utilizam como pretexto para mergulhar os seus impulsos consumistas nos centros comerciais, gastando o que podem e o que não podem. De ano para ano, batem-se recordes de envios de sms’s e de transacções através do Multibanco. Milhões de euros todos os anos! Os Belmiros de Azevedos e os Jardims Gonçalves agradecem! Dizem-me que o Natal é uma festa de família, de reunião. Mas, será que é necessário haver o pretexto do Natal para as famílias se reunirem?

Por fim, venera-se um boneco criado em 1931 pela Coca-Cola para uma campanha publicitária da marca (figura essa inspirada em São Nicolau Taumaturgo, Arcebispo de Mira).

Assim vai Portugal e o Mundo no ano de 2007.