22 agosto 2010

Carrega Benfica!


Irritação, tristeza, frustação... Esses são alguns dos adjectivos que se poderão aplicar ao sentimento actual da grande maior parte dos benfiquistas. Pelo menos, é esse o meu estado de espírito, após as duas derrotas no campeonato, perante a Académica (em casa) e o Nacional (fora).
Muita tinta tem corrido, desde ontem à noite, após o apito final do jogo que ditou a segunda derrota do Benfica, no presente campeonato. Duas derrotas, em dois jogos. Três derrotas, em três jogos oficiais. Os comentadores apresentam as suas teorias do que poderá estar mal e dos possíveis erros que, tanto Jorge Jesus, como Rui Costa e Luís Filipe Vieira cometeram e levaram este Benfica a entrar em "crise". O Roberto já foi crucificado e, segundo notícias de última hora, já estará a preparar as malas para voltar a Espanha. E, quem sabe, seja acompanhado pelos reforços...

Muito se podia especular e se tem especulado sobre a actual situação do Benfica e sobre toda a preparação da nova época. São muitas as teorias e, acredito que todas tenham uma ponta de verdade. É verdade que as saídas de Dí Maria e Ramires não foram devidamente compensadas, a chegada tardia dos jogadores que tiveram no Mundial veio dificultar a preparação da nova época, a má forma de alguns dos jogadores mais influentes, a aposta no reforço da equipa com jogadores mais jovens (logo, para o futuro) em detrimento de jogadores que lutassem, de caras, por um lugar no onze, ou mesmo, a má forma de Roberto. (Sim, má forma. Não acredito, ou não quero acreditar, que o Roberto tenha sido contratado sem ter sido criteriosamente observado. Estamos a falar de um jovem guarda-redes que foi titular do Atl. Madrid - perdendo a titularidade após uma lesão - e fez um grande final de época no Saragoça. O Quim também teve muitos deslizes, tendo mesmo passado por uma fase idêntica. O Eduardo (actual titular da Selecção) teve vários momentos infelizes durante a época passada, para não falar do "grande herói nacional", do Euro 2004, o Ricardo, ou mesmo, o próprio Hélton, titularíssimo do FC Porto).

Todas estas razões são válidas e poderíamos acrescentar muitas outras. No entanto, há uma que gostaria de acrescentar e que tem feito toda a diferença, relativamente à época passada. Essa diferença tem haver com o estado de espírito dos adeptos e do apoio que têm dado. Refiro-me ao entusiasmo que os adeptos demonstraram durante toda a época passada, desde a primeira à última jornada. O "andor", como lhe chamou, ao longo da época transacta, o Dr. Rui Moreira, no programa Trio d'Ataque. Esse "andor" perdeu-se, e não quero acreditar que tenha sido, só, pelos maus resultados da pré-época. É esse 12º jogador que tem faltado, e que não esteve presente ontem à noite no Estádio da Choupana e contra a Académica, na Luz. É esse "andor", que faz a força do Benfica e do Estádio da Luz, um verdadeiro inferno. É esse "andor" que os dirigentes do Benfica e o próprio Jorge Jesus, não conseguiram reanimar, neste início de época.

Neste momento difícil, é fácil crucificar um ou outro jogador, mas será mais fácil, todos os benfiquistas se unirem, tal como o fizeram (e bem) durante a época passada, e apoiarem o Benfica, em qualquer lugar que ele jogue, para repetirmos os momentos inesquecíveis, como o foram as enchentes ao estádio de Guimarães, Beleneneses ou Leiria.