10 outubro 2009

Um Concelho com o futuro em perigo...


Terminou finalmente a campanha eleitoral para as autárquicas de amanhã. Terminaram as arruadas, as músicas parolas e os folhetos a entupir as caixas do correio. Chegou, finalmente, o dia de reflexão, ou melhor, o dia do descanso total.

Não sei se o dia de reflexão serve para realmente reflectir sobre o sentido de voto dos portugueses. Sinceramente, nunca pensei muito sobre o assunto. Será que a campanha deveria estar de pé até as pessoas colocarem o seu voto na urna, como acontece nos Estados Unidos? Não sei bem. Como disse anteriormente, nunca pensei muito sobre o assunto. Contudo, acho que ainda prefiro assim. O dia de reflexão é, para mim, o dia da ressaca da campanha eleitoral. Depois de quinze dias de parolândia, de ouvir candidatos medíocres e sem ideias (para não lhes chamar outras coisas) (e que os Gatos Fedorentos ridicularizaram, para todo o País ver, o quanto são péssimos, os governantes das nossas autarquias) debitarem programas, como se eles tivessem poder para mudarem este mundo e o outro.

Espelho desta realidade é São Pedro do Sul, concelho no qual sou eleitor e que retrata perfeitamente muitos dos problemas do País. Recentemente elevada a cidade, por deputados com vontade e, talvez, necessidade em mostrar trabalho na Assembleia da República, e que, talvez, até, nem conheçam esta pequena vila (se conhecessem e se tivessem um mínimo de rigor, não teriam proposto a candidatura de elevação a cidade), foi palco de uma campanha com quatro candidatos, já que a candidatura do CDS-PP decidiu não ir a votos.

Começando pelo actual partido no poder – PSD –, o actual Presidente de Câmara, Dr. António Carlos Figueiredo, vai a votos pela última vez, tal como 60% dos candidatos a estas eleições em todo o País. Sem apresentar nada de relevante nos dois mandatos anteriores (tirando obras “em cima do joelho”, mal projectadas e que vieram destruir a beleza natural do Concelho), o candidato do PSD sairá, sem grandes surpresas, vencedor. O facto da Câmara Municipal ser o maior empregador do Concelho terá muito a ver com o resultado de amanhã. Não tenho muitas dúvidas sobre isso. Vejamos o facto de 80 funcionários da Câmara terem estado de férias, nos últimos quinze dias, para estarem “na estrada” durante a campanha.

No principal partido da oposição, o PS, o candidato José Carlos Almeida, conseguiu fazer um levantamento dos principais problemas do Concelho e propor ideias e projectos que parecem importantes para o bom desenvolvimento do Concelho. Contudo, programas são programas e, na maior parte das vezes, não são seguidos. Poderá ter a seu favor o natural desgaste do actual executivo camarário. Os pontos contra poderão incidir sobre o facto de, mesmo sendo “da terra”, não ser conhecido de grande parte dos eleitores. O outro ponto que poderá jogar contra o PS, é o facto dos (ex?) militantes do PS, Dr. Bandeira Pinho e Dr. Rui Costa, se apresentarem nas listas do Bloco de Esquerda.

Relativamente ao Bloco, o facto de apresentar os dois candidatos citados anteriormente, poderá levar a uma significativa passagem de votos do PS para o Bloco. Será interessante perceber até que ponto os eleitores irão dar um voto de confiança ao Dr. Bandeira Pinho e se esquecerão que este foi o anterior presidente da Câmara e que também tem uma fatia assinalável de culpas da situação de apatia que o Concelho atravessa há pelo menos vinte anos. Com isto, só me apetece dizer “Há quem não tenha vergonha na cara…”.

Quanto ao último partido em jogo, o PCP, apresenta o candidato do costume, o Garcia Pereira sampedrense, Eduardo Boloto. O objectivo? Talvez não perder mais votos, do que aqueles que obteve na anterior eleição.

As eleições de amanhã vão ser cruciais para o Concelho de São Pedro do Sul, já que o futuro do Concelho está em jogo e, ao mesmo tempo, em perigo.

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