09 junho 2009

Fim de ciclo


Mais um acto de desespero de Luís Filipe Vieira (LFV) e da sua Direcção. Depois de tanto idolatrarem os actuais Estatutos do Clube, mais concretamente, a manutenção de eleições para o mês de Outubro, o Exmo. Sr. Presidente do Benfica veio, agora, provocar a queda dos Corpos Sociais do Clube, tendo o Presidente da Assembleia Geral, Manuel Vilarinho, marcou as referidas eleições para o dia 3 de Julho.


O que concluo desta tomada de decisão:

1) LFV e a sua Direcção justificaram esta decisão pela crescente oposição externa e interna, provocando instabilidade no Clube. No entanto, não foi a sua Direcção (e ele próprio) que se demitiu, mas todos os Corpos Sociais (por pressão do próprio LFV). O que leva a concluir que LFV, não só, quererá ficar para mais um mandato, como quererá ficar à força, já que, se a sua Direcção achava que haveria instabilidade, poderia perfeitamente demitir-se, e assim, teríamos eleições só para a Direcção.

2) Ao caírem os Corpos Sociais, as eleições têm de ser realizadas nos 30 dias a seguir à demissão destes. Mais uma vez, LFV jogou com este ponto, sabendo que ao marcar eleições agora, elas realizar-se-iam em pleno período férias (o que poderá levar poucos sócios a votar), como incapacita a apresentação de várias listas de oposição, já que as listas devem ser apresentadas até ao dia 22 de Junho (com dois feriados esta semana, perfaz oito dias úteis, para a preparação de listas, programas, etc.).

3) Por fim, LFV irá ter “a faca e o queijo na mão”, já que ao ir a votos em pleno defeso, a fraca temporada, realizada na época que agora terminou, será compensada (e esquecida) pelas novas contratações, até agora realizadas e as que serão apresentadas durante a campanha eleitoral. Para além disso, não terá problemas para o caso de a equipa de futebol profissional começar a perder os seus jogos da pré-época (e os sócios de relembrarem da frustrante época anterior) já que até dia 3 de Julho, não há jogos.


Durante os últimos meses, defendi que o Benfica deveria ter eleições antecipadas, mas não para Julho. Do meu ponto de vista, as eleições deveriam ter sido no final do campeonato. Desta forma, quem viesse (fosse a actual Direcção ou outra) teria tempo de preparar a próxima época, com uma estratégia e pessoas escolhidas por si [pela direcção eleita].

08 junho 2009

Perdeu a Europa


Foi com grande interesse que acompanhei, na última noite, os resultados da eleição para o Parlamento Europeu. Percentagens, comentários e reacções. Uns a cantar (saloiamente) vitória, outros (poucos), tristes pela derrota.

A análise que faço da eleição de ontem, não é a melhor. Mais uma vez, a Europa e o seu ideal de união, perderam, de forma esmagadora. Porquê? Porque, e como se previa, a abstenção foi muito alta. A média da abstenção da União Europeia (UE) ficou-se pelos 57%. No entanto, existem duas realidades contrastantes. No caso do Luxemburgo, Bélgica, Malta ou Itália, a abstenção é muito reduzida (9%, 9,5%, 21% e 34%, respectivamente). Por seu lado, países como a Eslováquia, a Lituânia, a Polónia ou a Roménia tiveram uma abstenção elevadíssima (80%, 79%, 75% e 73%, respectivamente). Se, à primeira vista, poderíamos justificar esta alta abstenção devido aos países que entraram recentemente na UE, essa justificação “cai por terra”, já que Malta contraria essa justificação. Para não falar de alguns dos países fundadores da UE, como a França e a Alemanha que, também, obtiveram grandes abstenções. Tal como Portugal, com 63%. Outro dado curioso, em relação à abstenção, é o crescimento da mesma abstenção ao longo dos diferentes actos eleitorais já realizados, para o Parlamento Europeu (7).

A abstenção verificada pode justificar-se, a meu ver, pelo total desinteresse e, principalmente, desconhecimento, dos cidadãos para com a UE. A maior parte dos cidadãos não sabia “ao que ia”, não sabe das competências do Parlamento Europeu, muito menos, da importância que este tem para o seu dia-a-dia. Para isso, basta olhar-mos para as campanhas eleitorais (principalmente em Portugal, que nos estão mais próximas) para vermos o que ocupou o debate político das mesmas. Os assuntos em debate foram os problemas do País. Não me lembro de algum dos candidatos ter utilizado a palavra Europa. Por outro lado, pude verificar, em conversa com algumas pessoas, durante as últimas semanas, que não sabiam o que é que representavam estas eleições e qual a sua importância. O que demonstra o falhanço da construção do projecto europeu.

Do ponto de vista da votação em si, o grande vencedor desta eleição foi o Partido Popular Europeu (PPE), com os partidos do centro-direita europeus a ganharem, principalmente, nos principais países. O PPE vai passar a ocupar pouco mais de dois terços dos 736 eurodeputados. Em contrapartida, os partidos socialistas europeus, reunidos em Estrasburgo sob o Partido Socialista Europeu (PSE), foi o grande derrotado, perdendo 6% da representatividade no Parlamento. Além disso, verifica-se (e com preocupação) a subida de alguns partidos de extrema-direita, que conseguiu obter alguns assentos parlamentares.

Em Portugal, para além da abstenção (já dissecada anteriormente) verificamos uma tendência semelhante ao resto da UE, com a vitória do PSD (centro-direita) e a derrota do PS (centro-esquerda). Tal como, a preocupante subida de partidos dos extremos. Assim sendo, podemos concluir que, e ao contrário do que já ouvi em alguns comentários, não creio que estejamos perante um “cartão vermelho” ao Governo Sócrates. Já constatamos que a esquerda europeia foi a grande derrotada, esteja ela no governo ou não. Por outro lado, o PSD teve uma vitória… pouco convincente (31,69%). Por fim, verificamos o grande crescimento do Bloco de Esquerda, colocando-se como terceira força política nacional. Olhando para todos estes dados, podemos concluir que, para além do projecto europeu, o chamado “Bloco Central” foi derrotado ou, pelo menos, levou um grande “cartão vermelho”. Isto porque, se por um lado, verificamos uma elevada abstenção, também verificamos que quem votou, privilegiou os partidos que estão fora da esfera do poder (BE, PCP e CDS-PP). E porquê? Porque as pessoas começam a não acreditar nos tradicionais partidos do poder. Primeiro, porque estes não conseguem encontrar soluções para o País sair da crise crónica, em que está mergulhado (não falo da actual crise económico-financeira!) e porque estão fartos dos casos em que os políticos se vêm envolvidos e por sinónimo enriquecidos (Freeport e BPN). Parece-me que chegou a altura dos políticos pararem e pensarem naquilo que estão a provocar à sociedade. De colocarem os seus deveres éticos e morais acima dos seus interesses pessoais e partidários. Ao continuarmos assim, podemos chegar à falência do sistema, ao total descrédito dos partidos e dos seus políticos. O crescimento do BE e os votos do PCP são disso imagem (partidos anti-europeus).

07 junho 2009

Um tenista, uma lenda





Hoje, 7 de Junho de 2009, fez-se história no ténis mundial. Roger Federer venceu, à quarta tentativa, a Taça dos Mosqueteiros (Roland Garros). Desta forma, Federer venceu o único troféu do Grand Slam que lhe faltava, tornando-se o sexto tenista da história do ténis a chegar a tal feito. Para além disso, Federer iguala Pete Sampras nas vitórias em Grand Slams, com catorze, sendo que este último, nunca conseguiu vencer as quatro provas maiores (Grand Slams) do circuito mundial.

Roger Federer torna-se, portanto, num dos melhores, senão o melhor, tenista de todos os tempos. É uma vitória justa, de uma "máquina", que demonstrou, hoje, também ser um humano.




PS: não resisti a colocar o vídeo do último jogo da final de hoje, com as respectivas comemorações. Um momento arrepiante, com quinze mil pessoas a perceberem que estavam a assistir a um momento histórico para o ténis e que nunca mais viverão.

06 junho 2009

Amanhã, vamos todos votar!


Amanhã, dia 7 de Junho de 2009, realiza-se mais uma eleição. Desta vez, teremos a eleição para o Parlamento Europeu. Mesmo sendo uma eleição que pouco diz, ao comum, dos eleitores, esta tem enorme importância. E mesmo que não tivesse...

Amanhã, realiza-se o acto mais importante da cidadania... votar. Se temos esse direito, que custou a vida a muitos dos nossos antepassados, então devemos utilizá-lo. Não precisamos de ter alguma orientação política para votar. Existem várias formas de demonstrar-mos o nosso descontentamento ou aprovação em relação às políticas seguidas.

Amanhã, vamos todos votar!

03 junho 2009

Os problemas do Glorioso


Parece que a Liga Sagres terminou e para os benfiquistas, como eu, terá sido uma das épocas mais sofridas, dos últimos anos. Mesmo sofrida e, emocionalmente, para esquecer, existem várias considerações a fazer e muitas conclusões a tirar.

A primeira deve-se ao facto dos problemas do Benfica, não se limitam ao cargo do treinador. Já o defendo há algum tempo e parece-me (de época para época) cada vez mais óbvio, começando, desde logo, no Presidente Luís Filipe Vieira (LFV). Tendo em conta que as competições em que o Clube participa são profissionais, acredito que toda a sua [do Clube] estrutura deveria ser profissional. (Tal como a arbitragem, mas isso é outra questão.) Assim sendo, o Presidente do Clube deveria estar em exclusividade e de forma remuneratória no Clube. Isto, no que toca à estrutura. Agora, no que concerne este presidente, em particular. Luís Filipe Vieira conseguiu trazer, de novo, ao Benfica, alguma credibilidade junto do mundo do futebol e tirar o Clube do abismo, provocados pelos anos negros de Vale e Azevedo. Trouxe uma estrutura profissional e ambiciosa que conseguiu implantar projectos vanguardistas, que aproveitaram a força económica e empresarial da marca Benfica, conseguindo receitas muito importantes para o Clube (kit sócio, Benfica TV, naming das bancadas, o rol de empresas com o nome Benfica (Benfica Seguros, Benfica Telecom, Benfica Viagens, etc.), etc.). Dentro desta equipa, destaco Domingos Soares de Oliveira (que deu uma entrevista bastante interessante à revista “Mística” do mês de Maio). Por outro lado, o Benfica construiu o centro de estágio, dando relevo a uma política de formação que há muito não se via neste Clube. Para além disso, foi criada a Fundação Benfica; apostou-se na promoção do Clube junto das crianças, com inúmeras iniciativas junto das escolas, nomeadamente; apostou-se nas Casas do Benfica, motor do benfiquismo por esse mundo fora; entre muitas outras iniciativas. Olhando para todos estes projectos, poderia concluir que LFV está a fazer um excelente trabalho à frente do Clube, criando as condições para que o Clube tenha um futuro bastante risonho (pelo menos a nível económico). No entanto, existe a “outra face da moeda”. Essa “face” tem a ver com a total trapalhada que foram os anos LFV a nível desportivo. Não me recordo de um único assunto ter sido resolvido de forma célere, com total clareza e de forma discreta, começando, por exemplo, com o circo da contratação de Moretto (quem não se lembra da viagem de LFV ao Brasil para ir buscar o jogador, antes do FC Porto, e aquela chegada ao aeroporto de Lisboa) até à mais recente, mais que provável, despedida de Quique Flores. No que toca à gestão desportiva, LFV falhou redondamente. Os números falam por si. E a falta de títulos também. LFV nunca conseguiu estancar os inúmeros boatos que saem, constantemente, nos jornais; não conseguiu colocar alguns dos seus “funcionários” nos seus lugares (directores de comunicação, assessores do clube); preocupou-se em demasia com os problemas externos ao Clube (Apito Dourado); nunca esteve bem nos timings de tomada de decisões (apresentação do Rui Costa como director desportivo, por exemplo, ou ainda, a hoje noticiada antecipação de eleições, que deveriam ter sido antecipadas para este mês, tal como fez o Sporting). Assim sendo, acredito que a era LFV chegou ao fim e, caso ele queira sair pela “porta grande” deverá fazê-lo nas próximas eleições.

Em segundo lugar, destaco a falta de uma estrutura e organização eficiente e, ao mesmo tempo, reduzida e coesa (de forma a não existirem fugas de informação). Pessoas que conheçam a realidade do Clube, que tenham competência para exercer os seus cargos e, acima de tudo, que o façam sem necessidade de aparecerem constantemente nos jornais. Além disso, uma política de informação clara, em que seja o Clube a definir os temas que saem para a imprensa e não o contrário. Sem querer glorificar o FC Porto, mas é um facto, que a estrutura e organização portista deve ser um exemplo a seguir. E porquê andar a inventar, quando o exemplo portista resultado?

Em terceiro lugar, o Rui Costa. Defendi, há um ano, que todo o processo de passagem para director desportivo foi muito mal conduzido por LFV. A meu ver, Rui Costa deveria ter passado, em primeiro lugar, por um cargo menos exposto, de forma a preparar-se para assumir um cargo de maior relevo (director desportivo ou outro). O Rui Costa goza de grande admiração por parte dos adeptos, mas pode não durar se as coisas começarem a correr muito mal. Esta última época foi vista como o Ano 0, e para a próxima? Além do mais, a vinda do Rui Costa não mudou nada na vida desportiva do futebol. E não se sabe bem se é, realmente ele, quem manda no futebol ou se é LFV.

Em quarto lugar, a questão do treinador. Aquando da contratação de Quique Flores, foi apresentado um projecto que deveria ser de dois anos. A criação de uma nova equipa, com alguns jogadores experientes e outros, de aposta futura. Este seria o Ano 0. Quique Flores conseguiu trazer alguma organização, método e profissionalismo. Mesmo não conhecendo muito da forma das suas equipas jogarem, confesso que achava e ainda acho que Quique Flores trouxe ao Benfica e ao próprio futebol português uma lufada de ar fresco. No entanto, Quique errou em toda a linha. Alguns comentadores e adeptos começam logo por criticá-lo por ter dispensado os adjuntos portugueses, já que ele não tinha nenhum conhecimento do futebol português. É uma verdade. Mas não explica tudo, já que na UEFA, o Benfica foi humilhado. Além disso, Quique não conseguiu adaptar-se aos jogadores que tinha no plantel, impondo a sua táctica aos jogadores. Queimou outros, colocando-os em posições que não eram as suas. Chegamos ao fim e os resultados desportivos não foram bons. Mas no início da época, tinha ficado bem claro que este seria um ano de transição, que não se poderia exigir qualquer vitória, é uma realidade. Mas equipa foi demasiado má, não teve uma evolução, bem pelo contrário. E isso, é outro facto. Não consigo dizer se é melhor despedir Quique Flores. Mas posso dizer, com convicção e depois de ver os últimos quinze anos, que o Benfica não pode trocar de treinador todos os anos. Para além disso, querem despedir Quique Flores sem que ele receba aquilo a que tem direito, depois da humilhação que ele passou na semana anterior ao jogo de Braga? É óbvio que ele não ia sair sem a sua indemnização, depois da Direcção do Clube o ter deixado completamente sozinho aquando das primeiras notícias da vinda de Jorge Jesus. Por fim, resta-me uma última perplexidade em relação ao treinador. Quando o campeonato terminou e já se falado da vinda de Jorge Jesus, e ao mesmo tempo da saída de Quique Flores, porque é que vários jogadores (Cardozo, Aimar, Urreta, Rubén Amorim, Luisão, entre outros) vieram apoiar este último? Não me parece que tenha sido espontâneo. E o silêncio de Rui Costa relativo a isto tudo? Não revelará alguma discordância entre Rui Costa e LFV? Parece-me estranho. Até porque se Quique ia sair, o facto dos jogadores virem a público elogiá-lo, só iria inflacionar, ainda mais, a indemnização a pagar. E se ele ia embora, quem deu o aval às novas contratações?

Existe, sem dúvida, falta de uma estratégia desportiva. Parece-me que as decisões são tomadas, mais em função dos acontecimentos presentes e da opinião pública, do que a pensar no futuro do Clube. Assim, não se vai lá. Para além disso, com a vinda de um novo treinador, virá também um novo camião TIR de jogadores?

A meu ver, acredito que a maior parte do plantel deve ficar. Assim, as mexidas que eu faria no plantel são as seguintes:

- Guarda-redes: Quim, Moreira e mais um júnior promovido. Saíria Moretto;

- Defesas-direitos: Maxi Pereira e Patric (já está confirmado);

- Defesas-esquerdos: Jorge Ribeiro e Sepsi ou Rubén Lima (estão emprestados e têm valor);

- Defesas-centrais: Miguel Vítor, David Luiz, Sídnei e mais um (promovido dos juniores (existem vários com grande valor) ou possível contratação, sendo a primeira opção a minha preferida). Saíria Luisão (para grande encaixe financeiro);

- Médios: Rubén Amorim, Yebda, Carlos Martins, Fellipe Bastos, Ramires e Aimar (talvez daria outra hipótese ao Adu ou promoveria um júnior (mais uma vez há vários de grande valor). Saíria Bynia e Katsouranis (infelizmente parece que ele quer mesmo ir embora);

- Extremos: Balboa, Urreta, Dí Maria e, se possível, Reyes. Caso não se consiga manter o espanhol, regressaria o Fábio Coentrão;

- Avançados: Nuno Gomes, Cardozo e mais um contratado e outro dos juniores. Saíria Mantorras.



PS: na falta de resultados entusiasmantes no futebol profissional, resta-nos o futebol dos escalões mais jovens e as modalidades (futsal, basquetebol, andebol, nomeadamente), onde o Benfica está a fazer uma excelente época e levando cada vez mais adeptos aos pavilhões, como eu, que aproveitei, esta noite, para fazer um programa diferente e ir ver um jogo de basquetebol, num pavilhão praticamente cheio e uma vitória clara do SLB sobre a Ovarense.